Políticos vão cair na Web nas eleições de 2010
by Pedro Costa
Eleições 2010
17 de junho de 2009
Luiz De França
O uso das redes sociais por políticos e partidos provoca outro debate: a legalidade das ações perante a Justiça Eleitoral. Segundo Luiz Marcio Pereira, juiz da segunda instância do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, a falta de uma regulamentação sobre o assunto por parte do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) abre uma espécie de vácuo jurídico, que permite que os políticos se expressarem virtualmente em ano pré-eleitoral. “Desde que não haja pedido de voto, referencia a sigla partidária e nenhuma menção a eleição, não vejo problema algum”, afirma o magistrado.
Uma comissão recém-formada na Câmara dos Deputados analisa a elaboração de nova legislação que promete liberar o uso da internet em período eleitoral e autorizar as doações on-line para os partidos já em 2010. A reforma deverá entrar na pauta de votação do plenário antes do início do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
O consultor em marketing político Gaudêncio Torquato lembra que o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, já demonstrou interesse em uma legislação eleitoral que abranja a internet e suas ferramentas. “Espero que esse interesse dos deputados e senadores pelo Twitter se reverta nisso”, diz Torquato.
Confiante nessa possibilidade, a Talk Interactive, agência responsável pela campanha on-line de reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em 2008, fechou um acordo com a Blue State Digital – empresa responsável pela campanha na internet de Barack Obama. O objetivo da empresa brasileira com o acordo é adquirir ferramentas de relacionamento digital que possibilitem a arrecadação de doações financeiras de pessoa física.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/reforma-eleitoral-redes-campanha-doacoes-online-477462.shtml
Entrevista
Uso das redes provoca discussão legal
Veja.com
17 de junho de 2009
Luiz De França
Uma forma de medir o interesse dos políticos pela internet e pelas redes sociais é contar o número de consultas que eles têm feito a especialistas no assunto. Moriael Paiva, diretor de criação da Talk Interactive - agência de marketing digital que comandou a campanha on-line de reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), em 2008 -, afirma que ao menos um político o procura a cada semana em busca de conselhos, sendo que ao menos um deles é um presidenciável. Na entrevista a seguir, Paiva fala do interesse dos políticos pelas redes sociais e pela internet em geral, de que forma essas ferramentas deverão ser usadas em 2010 e ainda da discussão legal a respeito: a falta de uma legislação específica deixa a questão a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE).
O Congresso Nacional começou a discutir um projeto de lei que libera o uso da internet durante todo o processo eleitoral. Isso vai ajudar na popularização das redes?
Os brasileiros estão entre os que mais acessam a internet, e são maioria quase absoluta no Orkut. Em um universo como esse é quase impossível proibir que as pessoas entrem nesses ambientes para discutir política. Se a internet for de fato liberada, poderemos repetir aqui no Brasil o sucesso e a contribuição que ela desempenhou nas eleições americanas.
Liberar sem qualquer restrição?
Acho que tem que liberar, mas com regras para que se utilize a internet com responsabilidade. Durante a disputa pela prefeitura de São Paulo de 2008, cerca de 45 vídeos de conteúdo agressivo foram publicados no YouTube contra o candidato à reeleição, Gilberto Kassab. Do mesmo jeito que não se pode agredir um candidato na TV, não se deve fazer o mesmo na internet.
Como foi trabalhar em uma campanha eleitoral, como a de Kassab, sem liberdade para explorar todos os recursos da internet e como será trabalhar em uma campanha com uso liberado?
O TSE baixou uma norma que cada TRE interpretou de um jeito. No Rio, foi liberado, em outros estados o uso foi mais flexível. Já em São Paulo, tudo foi proibido. Mesmo assim, conseguimos, dentro da lei, oferecer o que achávamos necessário para melhorar a comunicação com o eleitor, como portal, blog e alguma coisa de redes sociais. Se a internet realmente for liberada, quem vai ganhar é o eleitor, que poderá ter mais acesso aos candidatos e conhecer e discutir melhor suas propostas.
Qual a melhor maneira de utilizar as redes sociais?
O grande segredo da campanha do Barack Obama nos Estados Unidos foi direcionar sua campanha com mensagens para determinados públicos e temas abordados nas redes sociais, respeitando a vontade de cada um de participar do processo ou não. Ele abriu todas as possibilidades de participação.
As redes sociais serão a grande ferramenta dos políticos brasileiros nas próximas eleições?
Se o uso delas for liberado, sim. Não estou dizendo que vamos fazer campanha apenas on-line e esquecer o resto. Afinal, tem gente que nem tem acesso à internet: para elas, rádio e TV são os únicos meios de contato com candidatos. Campanha eleitoral é um conjunto de ações.
Como o senhor vê esse interesse dos políticos brasileiros pelo Twitter?
Eu acho importante. É o novo canal de conversa, desde que seja visto não como um canal para promoção pessoal, e, sim, como canal de conversa. É uma forma de ver o que as pessoas estão fazendo, consumindo e pensando. Se algum político se dispuser a ver o que falam dele no Orkut, pode levar um choque (risos).
Algum político já o procurou buscando conselhos para a campanha de 2010?
Pelo menos um por semana.
Quem?
Não posso falar. Mas posso dizer que alguns são candidatos à Câmara dos Deputados, Senado e um até à Presidência da República.
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